07/08/2016

Juntos pelo Leo

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Dia dezessete de Janeiro de 2015 nascia meu maior sonho, prematuramente, nascia também em mim uma força, uma garra que talvez somente o amor saiba explicar.

Em números, pois os médicos adoram isso, algo em torno de 700 gramas, um pouco mais  de 20 cm de comprimento, era simplesmente a 25 semana de gestação.... mas, uma vontade de viver do tamanho do Universo.

A partir deste dia nascia a HISTÓRIA DO LÉO. Não é uma simples história, ela é cheia de superação, vontade de viver e transformação das pessoas, uma historia de vida, Fé e muito amor!

E para contar esta história vou dividi-la em 3 partes: A Gestação, Os dias na UTI Neonatal e Presente e Futuro

A Gestação...

Posso começar dizendo que foi muito desejada, sempre quisemos ter filhos e quando descobrimos a gravidez e logo que era um menino, foi motivo de muita felicidade.

Todos aqueles planos que todas as pessoas fazem estavam sendo construídos diariamente por mim e pelo Rodrigo, porém, na 20 semana de gestação em um ultrassom de rotina descobriram uma má formação no feto, chamado atresia da traqueia (uma obstrução das vias aéreas que impede a respiração), acho que é um dos piores diagnósticos que poderia existir.

O médico nos explicou que esta má formação leva o feto ao óbito antes do nascimento e os que conseguem nascer morrem logo após o parto por não conseguirem respirar... Foram dias e noites pensando sobre o assunto e tentando desconstruir todo aquele sonho que por 20 semanas  construímos, mas, não sei... aquela tal força que cito no inicio me fez ir atrás de alguma solução, e descobrimos um médico que havia feito 15 dias antes do diagnostico do Léo uma cirurgia inédita no mundo, uma traqueoplastia com o bebê ainda no útero da mãe, e fomos atrás desta possibilidade.

Com 24 semanas conseguimos fazer a tão sonhada e desejada cirurgia e foi um SUCESSO, porém, fomos surpreendidos por uma infecção em mim o que antecipou o nascimento do Léo, com 25 semanas as 3:05 da manhã nascia a minha maior lição de vida.


Os dias na UTI Neonatal

Não é nada fácil passar por uma UTI, ainda mais quando você só vê aquelas vidinhas que acabaram de iniciar sua trajetória, você ainda recém operada, aquele monte de hormônios... Aos poucos a gente acaba se acostumando, aqueles apitos e toda a tensão daquela atmosfera passam a ser  sua nova rotina, e as noticias de que tudo está bem caem como música nos ouvidos...

Não foi só noticia boa... infelizmente.... após 1 mês de vida, uma doença chamada enterocolite necrosante (necrose no intestino) nos pegou desprevenidos... sim... desprevenidos, pois naquela altura acreditávamos que só estávamos esperando o Léo engordar e crescer para irmos para a casa, mal sabíamos que isso poderia acontecer...

De repente ao voltar do rápido almoço, entro na UTI e estavam levando meu filho as pressas para uma cirurgia de emergência, e lá na porta daquele centro cirúrgico nós ficamos horas aguardando por alguma noticia. E quando enfim a médica abre a porta e nos dá a pior noticia de todas... Fizemos o que podíamos fazer, estava tudo muito ruim, ele desestabilizou e precisamos parar... ele está vivo, muito grave, não deve resistir as próximas 24 horas, lá fomos nós para as duras 24 horas, com muita Fé superamos as 24, 36, 48, 72, ... horas e após uma semana o médico resolveu abrir ele novamente e ver o que ainda podia ser feito, novamente estávamos nós naquela porta metálica fria esperando por noticias.

E quando ouço aquela voz forte chamar meu nome: Aline!

Sai correndo e fui recebida com um forte abraço do médico que me disse: Filha, reza! Agora está muito difícil, ele está muito grave e não deve passar das próximas 24 horas... e eu respondi:

- Dificil não é impossível, para Deus nada é impossível... ele nasceu! Teve o pior diagnostico e nasceu... Mas ele não quis me dar esperanças e me abraçou novamente, e lá voltamos para a UTI... Parada cardíaca, outras complicações surgiam dia a dia, mas PASSAMOS novamente das 24 horas e passamos a ouvir diariamente, está grave, muito grave, agora gravíssimo... Para mim grave era grave, mas descobri na UTI que se tem níveis de gravidade...

Um longo mês se passou, Léo continuava sua dura luta com muita garra, eu ficava na UTI das 7:00 as 23h, meu marido chegava do trabalho e ficava comigo, numa noite ele resolveu ir para a casa mais cedo para cuidar do nosso cachorro e sofreu um assalto e foi baleado no pescoço.

E eu, que já passava o dia na UTI Neonatal comecei a me dividir em duas UTI’s, agora eram Pai e Filho em UTI,. Rô chegou ficar mais grave que o Léo, ficou 5 dias em coma. Era eu ali, agora sozinha naquela porta fria do centro cirúrgico horas esperando por noticias do Pai para correr ver o filho, mas nunca deixei de anima-los...

Eu chegava na UTI do Rodrigo e dizia, (com ele em coma mesmo,) Ro, o Léo está lindo, está crescendo, você não vai acreditar quando ver ele...

Ia para a UTI Neo e dizia para o Léo: 
Filho, Papai está morrendo de saudade, não vê a hora de ver você eu contei para ele desta ultima evolução ele ficou muito feliz.

Assim os dias foram passando....

Na UTI Neo nunca me davam esperanças, talvez, porque o Léo fosse muito pequeno (900g), mas tratavam como se ele fosse morrer, eu não suportava ver aquilo, para mim não importava quanto tempo íamos viver juntos eu só queria viver bem com ele... mas médico é medico, querem colocar a gente sempre em orbita, a única solução dita para o caso do Léo seria um transplante de intestino, que nao é feito no Brasil e ele precisaria ter o peso de 10kg, eu como mãe que sou achei SUPER VIÁVEL, faltavam apenas 9 kilos e 100 gramas... e comecei então a me informar sobre o tal transplante e descobri que custava milhões, mas o médico fez questão de esfregar isso na minha cara e disse:

Aline, você sabe quanto custa? Você não vai ter dinheiro para fazer o transplante... não é só o transplante, você tem que mudar de pais, se manter lá, tem os extras, etc. Aquilo que parecia um balde de água fria foi exatamente o contrário, foi a força que precisava para continuar lutando...

Quando finalmente o Rodrigo acordou do coma, ele me chamou e disse:

-Amor, eu vi eu você e o Leo no colo no aeroporto ele estava grandinho e tinha muuuuitas pessoas dando tchau para a gente.

Eu pensei, vamos fazer uma campanha... vamos deixar o orgulho, a vaidade, a privacidade e vamos atrás e então surgiu a campanha Juntos Pelo Léo.

Para finalizar esta parte, meu marido ficou ótimo sem sequelas e o Léo foi crescendo e engordando aos pouquinhos.


Presente e futuro

Não estávamos feliz no hospital que estávamos , não é fácil você ser a única pessoa otimista, a única a enxergar a vida no seu filho, os dias eram longos e tensos.

Então transferimos o Léo de hospital e uma nova equipe médica que posso afirmar com toda a certeza que tem a melhor energia possível, enxergou no Léo aquilo que eu tanto tentei mostrar, VIDA!

Claro que não foi fácil, passamos por mais cirurgias, no total (10 cirurgias) , mas eles acreditavam no potencial do Léo, e aquela historia de que o Léo nunca sairia do hospital começou a ser um passado... e depois de 9 meses dentro da UTI o Léo foi para o quarto, tudo mudou no quarto, tínhamos visita, podíamos dormir juntos na mesma cama, podia trocar de roupa varias vezes ao dia, ali, pude ser mãe um pouco... e depois de alguns meses (11 meses) deixamos o hospital para a nossa casa.

Aquele sonho que construímos, desconstuimos e construímos novamente de um novo jeito chegou!

Trouxemos o Léo para a casa e cá estamos por 7 lindos meses, vivendo e dando ao Léo a normalidade de uma vida de um bebê.

Sabemos que não podemos ficar assim por muito tempo, durmo e acordo vivendo somente o agora.

A minha melhor resposta para o futuro é EU NÃO SEI! 

Aprendi neste tempo que não temos controle de nada, que a vida é uma caixinha de surpresa, que dela só podemos decidir de que forma vamos dançar... Rindo ou chorando... 

Estamos ainda escrevendo nossa história... E agora você também faz parte dela ❤



Beijos,
Aline 
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4 comentários:

  1. Como é lindo e reconfortante ler estas histórias de sucesso e perseverança.
    Desejo ao Leo, à mamãe Aline, ao papai Rodrigo toda a felicidade do mundo. Saúde sempre!
    Parabéns pela emocionante história.

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  2. Nossa lindíssima e comovente estória de vida e de força. Mãe é exatamente Aline.parabéns e vamos vencer.

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  3. Alineeeee oração sempre! Estamos contigo

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  4. força e fé! vai dar tudo certo!

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