Estava eu a planear um parto em meados de Fevereiro 2014 até que em pleno 31 de Dezembro 2013 recebo uma ligação na passagem de ano a debochar da minha cara e começo a sentir dores.
Era um sinal que o grande momento estava a começar, na manhã de 1 de Janeiro com andar bem devagar, minha mãe sugere um banho demorado e esse banho acabou ajudando no processo e começa o sangramento, em desespero descemos para procurar um taxi e levantar dinheiro pois ninguém estava preparado...
Como era 1º dia do ano tem noção da demora!? Aparece um taxista calminho, com um ar de ainda não estou recuperado de ontem e questiona onde era o caminho do hospital hahahah
Eu tinha dores, porém estava feliz e por essa razão uma médica super mega delicada (#SQN) disse que poderia voltar a casa que ainda não era a hora...
Sai do Hospital com um andar bem devagar e na espera do taxi com a minha mãe, uma jovem vira e diz: "Enviaram-te para casa, neh? Volta mais tarde na troca de turno".
Ao chegar a casa, subo as escadas e tenho meu amigo Felipe a realizar um trabalho de pintura no prédio e disse:"Esse menino vai nascerrrr... aiiii"
Entrei em casa, tomei um novo banho e aii apenas rolava na cama, o meu querido irmao dizia, isso é frescura e minha faz um mingal e fica a olhar...
Foi quando ela disse: "Felipe vamos leva-la ao Hospital...", o Felipe entra em desespero e nem conseguia abrir a porta do carro, no caminho para o carro e fica a falar: "Aiiii Meuuu Deus, vai nascer no meu carro..." e minha mãe a gritar: "Vaiii Felipe, você consegue, bora para o Hospital " hahahaah
Ao chegar no hospital novamente o segurança já pega a cadeira de rodas e vamos... peguei a troca de turnos com as enfermeiras parteiras, sabe aquelas senhoras que olham para ti e diz VAI NASCER!?,HAhahaha...
Mandaram eu ao banho, entregaram me a roupa e ja começa a trajetória, anda para um lado, anda para o outro e nessa caminhada, vejo do lado de fora a tia do Bernardo (Tia Riquita) com a sua bíblia na mão e em horas queria soca-la, em outras horas queria apenas abraça-la, até que teve uma hora que entreguei a minha mãe meu cartão bancário com a senha pensando : "Se eu morrer pelo menos não te deixo desamparada com a criança" (Pensamento bobo, porém frequente naquela situação) e foi quando que a grande hora chegou!
Uma grande enfermeira parteira disse-me: "Tudo depende de você! Força ..."
Posso dizer-vos que jamais tinha sentido essa dor, que até hoje não consigo descrever .. era uma sensação de desespero, dor, amor, felicidade (tudo junto e misturado) e teve uma hora que eu disse: "Já chega!" e enfermeira parteira olhou para mim e cantou: "Não posso ficar nem mais um minuto com você, Sinto muito amor, mas não pode ser" (Trem das Onze), minha mãe ajuda e ao som dessa música... o Meu Bernardo nasceu!
Até hoje quando alguém canta ou eu ouço em algum lugar, lembro-me do nascimento do meu amor, do meu filho, da criança que está sendo educado para ser um grande homem.
E daqui uns dias, conto-vos do Parto da Clarinha na Parte 2 ahahahhahaha
Essa sou eu, Carolina,mãe, brasileira residente em Portugal
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ResponderExcluirEsse Felipe